O estado do Pará, localizado na região amazônica do Brasil, abriga uma das mais importantes indústrias de pescados e mariscos do país. Com sua extensa costa e rica rede hidrográfica, a região oferece condições naturais excepcionais para a pesca e aquicultura. Esta indústria não apenas representa um pilar fundamental da economia local, mas também desempenha um papel crucial na segurança alimentar e na preservação das tradições culturais da região.
Neste artigo, exploraremos em profundidade o panorama atual da indústria de pescados e mariscos no Pará, analisando sua importância econômica, principais espécies exploradas, processos produtivos, desafios enfrentados e oportunidades de crescimento. Também examinaremos as iniciativas de sustentabilidade que estão moldando o futuro deste setor vital para o desenvolvimento regional.
Importância Econômica do Setor Pesqueiro Paraense
A indústria de pescados e mariscos representa um dos pilares fundamentais da economia paraense. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor contribui com aproximadamente 4% do PIB estadual, gerando mais de 200 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva.
O Pará destaca-se como o maior produtor de pescado da região Norte e um dos principais do Brasil, com uma produção anual que ultrapassa 150 mil toneladas. Deste volume, cerca de 70% provém da pesca artesanal, enquanto 30% é resultado da pesca industrial e da crescente aquicultura.

Exportações e Mercado Internacional
As exportações de pescados e mariscos do Pará alcançaram US$ 78 milhões em 2022, com destaque para produtos como camarão, lagosta e peixes nobres da região amazônica. Os principais mercados consumidores incluem Estados Unidos, União Europeia, China e Japão, que valorizam a qualidade e a diversidade dos produtos paraenses.
A indústria pesqueira do estado tem investido significativamente em certificações internacionais e processos de rastreabilidade, fatores que agregam valor aos produtos e ampliam o acesso a mercados mais exigentes.
Mercado Interno e Consumo Local
No mercado interno, o pescado paraense abastece tanto o consumo local quanto outras regiões do Brasil. O consumo per capita de pescado no estado é um dos mais altos do país, chegando a 30 kg por habitante/ano, muito acima da média nacional de 9,5 kg.
Além da importância comercial, a pesca desempenha um papel fundamental na segurança alimentar das comunidades ribeirinhas e tradicionais, sendo muitas vezes a principal fonte de proteína animal disponível para estas populações.
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Principais Espécies Exploradas na Indústria de Pescados e Mariscos no Estado do Pará Brasil
A biodiversidade aquática do Pará é uma das mais ricas do mundo, abrigando centenas de espécies de peixes de água doce, salgada e salobra, além de diversos crustáceos e moluscos. Esta diversidade constitui a base da indústria pesqueira local, que explora comercialmente dezenas de espécies com alto valor de mercado.
Peixes de Água Doce

- Pirarucu (Arapaima gigas) – peixe símbolo da Amazônia
- Tambaqui (Colossoma macropomum) – alta demanda no mercado nacional
- Tucunaré (Cichla spp.) – valorizado na pesca esportiva e gastronomia
- Filhote (Brachyplatystoma filamentosum) – apreciado pela carne branca
- Dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) – exportado para diversos países
Peixes de Água Salgada

- Pescada Amarela (Cynoscion acoupa) – espécie nobre da costa paraense
- Gurijuba (Sciades parkeri) – valorizada pela carne e bexiga natatória
- Serra (Scomberomorus brasiliensis) – importante na pesca artesanal
- Pargo (Lutjanus purpureus) – exportado principalmente para os EUA
- Corvina (Cynoscion virescens) – abundante na costa paraense
Crustáceos e Moluscos

- Camarão Rosa (Farfantepenaeus subtilis) – principal produto de exportação
- Caranguejo-Uçá (Ucides cordatus) – importante na economia local
- Lagosta (Panulirus spp.) – alto valor no mercado internacional
- Mexilhão (Mytella spp.) – cultivado em sistemas de aquicultura
- Ostra (Crassostrea spp.) – crescente produção em cultivos
“A diversidade de espécies aquáticas do Pará representa não apenas um patrimônio ambiental inestimável, mas também um recurso econômico estratégico que, se manejado de forma sustentável, pode garantir a prosperidade da região por gerações.”

Processos de Produção na Indústria de Pescados e Mariscos
A cadeia produtiva da indústria de pescados e mariscos no Pará envolve diversos processos, desde a captura ou cultivo até a comercialização final. Cada etapa segue protocolos específicos que garantem a qualidade e segurança dos produtos.

Métodos de Captura e Cultivo
Pesca Artesanal
Responsável por cerca de 70% da produção pesqueira do estado, a pesca artesanal é realizada por pequenos pescadores em embarcações tradicionais. Utilizam técnicas como redes de espera, espinhéis, tarrafas e armadilhas. Este método é fundamental para a economia de centenas de comunidades ribeirinhas.

Pesca Industrial
Realizada por empresas com embarcações de maior porte e tecnologia avançada, a pesca industrial concentra-se principalmente na captura de espécies marinhas como camarão, lagosta e peixes de alto valor comercial. Utiliza redes de arrasto, espinhéis de fundo e redes de cerco.

Aquicultura
O cultivo de espécies aquáticas tem crescido significativamente no Pará nos últimos anos. Os principais sistemas incluem:
Piscicultura
Cultivo de peixes como tambaqui, pirarucu e tilápia em tanques escavados, tanques-rede ou sistemas de recirculação. O Pará possui mais de 3.500 piscicultores registrados.
Carcinicultura
Cultivo de camarões em viveiros, principalmente o camarão branco do Pacífico (Litopenaeus vannamei), com produção concentrada no nordeste paraense.
Malacocultura
Cultivo de moluscos como ostras e mexilhões, geralmente em sistemas suspensos em áreas estuarinas, beneficiando comunidades tradicionais.
Beneficiamento e Processamento
O parque industrial de beneficiamento de pescados do Pará conta com mais de 40 empresas de médio e grande porte, equipadas com tecnologia moderna para garantir a qualidade dos produtos. Os principais processos incluem:

- Recepção e lavagem: O pescado é recebido, pesado e submetido à primeira lavagem para remoção de impurezas.
- Classificação: Separação por espécie, tamanho e qualidade, seguindo padrões específicos para cada mercado.
- Processamento primário: Inclui evisceração, descabeçamento, filetagem ou corte em postas, dependendo do produto final.
- Processamento secundário: Pode incluir salga, defumação, cozimento ou preparação de produtos de valor agregado.
- Congelamento: Realizado em túneis de congelamento rápido ou armários de placas, garantindo a preservação da qualidade.
- Embalagem: Em diversos formatos, desde embalagens a vácuo até caixas para exportação.
- Armazenamento: Em câmaras frigoríficas com temperatura controlada até o momento da distribuição.
Distribuição e Comercialização
A distribuição dos produtos pesqueiros paraenses segue diferentes canais, dependendo do mercado-alvo:
Mercado Local e Nacional
- Feiras livres e mercados municipais
- Redes de supermercados
- Restaurantes e hotéis
- Distribuidores para outras regiões do Brasil
Mercado Internacional
- Exportação direta por empresas certificadas
- Trading companies especializadas
- Contratos com redes internacionais de varejo
- Participação em feiras internacionais do setor
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Desafios Enfrentados pela Indústria de Pescados e Mariscos no Estado do Pará Brasil
Apesar do grande potencial e da importância econômica, o setor pesqueiro paraense enfrenta diversos desafios que limitam seu desenvolvimento pleno e sustentável. Compreender esses obstáculos é fundamental para a elaboração de estratégias eficazes de superação.

Desafios Ambientais
- Sobrepesca: Exploração excessiva de algumas espécies comerciais, comprometendo a sustentabilidade dos estoques.
- Mudanças climáticas: Alterações nos padrões de temperatura e salinidade afetando a distribuição das espécies.
- Poluição: Contaminação dos ambientes aquáticos por resíduos urbanos, industriais e da mineração.
- Desmatamento: Impacto nas áreas de reprodução e alimentação de espécies de água doce.
Desafios de Infraestrutura
- Logística: Dificuldades no transporte e distribuição em uma região com limitações de estradas e longas distâncias.
- Energia: Instabilidade no fornecimento elétrico, crucial para a cadeia de frio.
- Portos e terminais: Infraestrutura portuária insuficiente para atender à demanda do setor.
- Armazenamento: Limitações nas estruturas de armazenamento refrigerado em comunidades mais isoladas.
Desafios Socioeconômicos
- Informalidade: Grande parte da produção artesanal ocorre no setor informal, limitando o acesso a crédito e políticas públicas.
- Capacitação: Necessidade de qualificação técnica para pescadores e trabalhadores da indústria.
- Acesso a tecnologias: Dificuldade de pequenos produtores em acessar tecnologias que aumentem produtividade e qualidade.
- Organização setorial: Fragmentação das entidades representativas, dificultando ações coordenadas.
Desafio da Sustentabilidade
Um dos maiores desafios do setor é equilibrar o crescimento econômico com a preservação ambiental. Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), cerca de 30% das espécies comerciais da região já apresentam sinais de sobrepesca, exigindo medidas urgentes de manejo sustentável.
Regulamentação e Fiscalização
O marco regulatório do setor pesqueiro no Brasil é complexo e, muitas vezes, de difícil aplicação na realidade amazônica. Os principais desafios incluem:
- Sobreposição de competências entre órgãos federais, estaduais e municipais
- Dificuldade de fiscalização em uma área geográfica extensa
- Adequação das normas às particularidades regionais
- Implementação efetiva dos períodos de defeso para proteção das espécies

Apesar desses desafios, diversas iniciativas têm sido implementadas para fortalecer o setor, como programas de capacitação, investimentos em infraestrutura e projetos de manejo sustentável. A superação desses obstáculos é fundamental para garantir o desenvolvimento pleno da indústria de pescados e mariscos no Pará.
Oportunidades de Crescimento e Inovação
Apesar dos desafios, a indústria de pescados e mariscos no Pará apresenta um horizonte promissor, com diversas oportunidades de crescimento, inovação e desenvolvimento sustentável. Estas oportunidades podem transformar o setor e consolidar o estado como referência nacional e internacional.

Expansão da Aquicultura Sustentável
A aquicultura representa uma das maiores oportunidades para o setor pesqueiro paraense. Com apenas 15% do potencial aquícola do estado sendo utilizado atualmente, há amplo espaço para crescimento. As principais oportunidades incluem:
Piscicultura em Tanques-Rede
O Pará possui mais de 20 mil km² de águas interiores adequadas para a instalação de tanques-rede, com potencial para produzir mais de 500 mil toneladas de pescado anualmente. Projetos-piloto já demonstram viabilidade técnica e econômica, especialmente para espécies nativas como tambaqui e pirarucu.

Sistemas de Recirculação (RAS)
Tecnologias de recirculação de água permitem cultivos intensivos com mínimo impacto ambiental. Empresas como a Amazonfish têm investido nestes sistemas para produção de espécies de alto valor, como o pirarucu, com produtividade até 10 vezes maior que sistemas convencionais.

Produtos de Valor Agregado
A transformação do pescado em produtos de maior valor agregado representa uma oportunidade significativa para aumentar a rentabilidade do setor. Algumas tendências promissoras incluem:
Produtos Prontos para Consumo
Desenvolvimento de refeições prontas, empanados, hambúrgueres e outros produtos convenientes à base de pescado, atendendo à crescente demanda por praticidade.

Aproveitamento Integral
Utilização de subprodutos como peles, escamas e vísceras para produção de colágeno, gelatina, óleos e farinhas especiais, reduzindo desperdício e aumentando a sustentabilidade.

Certificações e Denominação de Origem
Desenvolvimento de selos de origem e certificações que valorizam características únicas dos pescados amazônicos, como o “Pirarucu Manejado” e o “Camarão da Amazônia”.

Mercados Emergentes e Exportação
A expansão para novos mercados representa uma oportunidade significativa para o crescimento do setor. Algumas tendências incluem:
- Mercado asiático: Crescente demanda por espécies amazônicas, especialmente na China, Japão e Coreia do Sul
- Mercado gourmet: Valorização de espécies exóticas e produtos sustentáveis em restaurantes de alta gastronomia
- Comércio eletrônico: Plataformas digitais facilitando a conexão direta entre produtores e consumidores finais
- Mercado de suplementos: Crescente interesse em ólegos de peixe e outros derivados para fins nutricionais
“O Pará tem potencial para triplicar sua produção pesqueira nos próximos 10 anos, desde que invista em tecnologia, sustentabilidade e agregação de valor. O desafio é transformar recursos naturais abundantes em produtos competitivos no mercado global.”
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Impacto Socioambiental e Iniciativas de Preservação
A indústria de pescados e mariscos no Pará está intrinsecamente ligada ao meio ambiente e às comunidades locais. O equilíbrio entre exploração econômica e preservação ambiental é fundamental para garantir a sustentabilidade do setor a longo prazo.

Impactos Ambientais da Atividade Pesqueira
Práticas Sustentáveis
- Manejo comunitário de espécies como o pirarucu
- Sistemas de aquicultura com baixo impacto ambiental
- Respeito aos períodos de defeso para reprodução das espécies
- Uso de técnicas seletivas de captura que reduzem o bycatch
Desafios Ambientais
- Sobrepesca de algumas espécies comerciais
- Captura incidental de espécies não-alvo
- Degradação de habitats críticos como manguezais
- Poluição por resíduos da indústria de beneficiamento
Iniciativas de Sustentabilidade
Diversas iniciativas têm sido implementadas para promover a sustentabilidade do setor pesqueiro paraense, envolvendo governo, empresas, ONGs e comunidades locais:
Acordos de Pesca Comunitários
Mais de 100 acordos de pesca estão em vigor no Pará, estabelecendo regras locais para o uso sustentável dos recursos pesqueiros. Estes acordos, reconhecidos pelo IBAMA, são construídos com a participação das comunidades e têm demonstrado eficácia na recuperação de estoques pesqueiros.

Certificação e Rastreabilidade
Empresas como a AMASA têm investido em sistemas de rastreabilidade que permitem ao consumidor conhecer a origem do pescado, desde a captura até o processamento. Certificações como MSC (Marine Stewardship Council) e ASC (Aquaculture Stewardship Council) começam a ser adotadas por produtores paraenses.

Projetos de Pesquisa e Inovação
Instituições como a UFPA e o IFPA desenvolvem pesquisas para aprimorar técnicas de manejo sustentável, cultivo de espécies nativas e aproveitamento integral do pescado. O Projeto Manejo de Pirarucu, por exemplo, aumentou em 400% os estoques desta espécie em áreas manejadas.

Impacto Social nas Comunidades Pesqueiras
A pesca e a aquicultura são atividades fundamentais para centenas de comunidades paraenses, com impactos sociais significativos:
- Geração de renda: Mais de 300 mil pessoas dependem direta ou indiretamente da cadeia produtiva do pescado no estado
- Segurança alimentar: O pescado é a principal fonte de proteína para comunidades ribeirinhas
- Preservação cultural: Manutenção de conhecimentos tradicionais e práticas culturais ligadas à pesca
- Empoderamento feminino: Crescente participação das mulheres em atividades como beneficiamento e comercialização

Projeto Destaque: Manejo Comunitário de Pirarucu
O projeto de manejo comunitário de pirarucu no Pará envolve mais de 50 comunidades e já recuperou populações desta espécie em lagos manejados. Além do impacto ambiental positivo, o projeto aumentou em até 300% a renda das famílias participantes e fortaleceu a organização social das comunidades.
Dados e Estatísticas do Setor
Compreender a dimensão da indústria de pescados e mariscos no Pará requer uma análise dos principais indicadores econômicos e produtivos do setor. Abaixo, apresentamos dados atualizados que demonstram a relevância desta atividade para a economia regional.
Produção Pesqueira
Tipo de Pesca | Volume (toneladas/ano) | Valor (milhões R$) | Principais Espécies |
Pesca Artesanal | 105.000 | 950 | Mapará, Tucunaré, Tambaqui, Pescada |
Pesca Industrial | 45.000 | 680 | Camarão Rosa, Pargo, Pescada Amarela |
Aquicultura | 25.000 | 320 | Tambaqui, Tilápia, Pirarucu |
Total | 175.000 | 1.950 | – |
Fonte: Secretaria de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura do Pará (SEDAP), 2022
Contribuição para o PIB e Empregos

O setor pesqueiro representa aproximadamente 4% do PIB do estado do Pará, com tendência de crescimento nos últimos anos. Em algumas regiões como o Marajó e o Baixo Amazonas, esta participação chega a 12% da economia local.

Em termos de emprego, o setor gera aproximadamente 200 mil postos de trabalho diretos e mais de 300 mil indiretos em toda a cadeia produtiva, desde a captura até a comercialização.
Exportações

Produto | Volume (ton/ano) | Valor (US$ milhões) | Principais Destinos |
Camarão Rosa | 8.500 | 42 | EUA, Japão, França |
Pargo | 4.200 | 18 | EUA, Portugal, Espanha |
Lagosta | 1.800 | 16 | China, EUA, França |
Outros Pescados | 3.500 | 12 | Diversos |
Fonte: Ministério da Economia, Comex Stat, 2022
Empresas e Cooperativas de Destaque
AMASA
Uma das maiores empresas de beneficiamento e exportação de pescado no Brasil, com sede em Belém. Especializada em camarão rosa e peixes como pargo e pescada amarela, exporta principalmente para Japão, Europa e EUA.

Cooperativa Mista de Pescadores do Pará (COMPEPA)
Reúne mais de 2.000 pescadores artesanais em 12 municípios paraenses. Atua na comercialização coletiva, beneficiamento e capacitação dos associados, com foco em práticas sustentáveis.

Amazonfish
Empresa pioneira na aquicultura intensiva de espécies nativas, com destaque para o pirarucu. Utiliza sistemas de recirculação de água e práticas sustentáveis, fornecendo para o mercado nacional e internacional.

Perspectivas Futuras para a Indústria de Pescados e Mariscos no Estado do Pará Brasil
O futuro da indústria de pescados e mariscos no Pará apresenta um horizonte promissor, marcado por desafios significativos, mas também por oportunidades transformadoras. As tendências e projeções para o setor apontam para um cenário de crescimento sustentável, inovação tecnológica e maior integração com mercados globais.

Tendências para a Próxima Década
Tecnologia e Digitalização
- Implementação de IoT e sensores para monitoramento em tempo real da qualidade da água e saúde dos peixes
- Blockchain para rastreabilidade completa da cadeia produtiva
- Automação de processos de beneficiamento, reduzindo custos e aumentando eficiência
- Uso de drones e imagens de satélite para mapeamento de estoques pesqueiros
Sustentabilidade e Certificação
- Aumento da demanda por produtos certificados com origem sustentável
- Expansão de acordos de pesca comunitários e áreas de manejo
- Desenvolvimento de sistemas de aquicultura multitrófica integrada
- Valorização de práticas tradicionais aliadas a tecnologias sustentáveis
Mercados e Produtos
- Crescimento da demanda por produtos amazônicos em mercados premium
- Desenvolvimento de alimentos funcionais à base de pescado
- Expansão do e-commerce e vendas diretas do produtor ao consumidor
- Maior integração com a gastronomia e turismo regional
Projeções de Crescimento
Segundo estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e da Secretaria de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura do Pará (SEDAP), o setor pesqueiro paraense tem potencial para:
- Aumentar a produção total para 300 mil toneladas anuais até 2030 (crescimento de 70%)
- Triplicar a produção aquícola, chegando a 75 mil toneladas anuais
- Dobrar o valor das exportações, alcançando US$ 150 milhões anuais
- Gerar mais 100 mil novos empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva
“O futuro da indústria pesqueira paraense será definido pela nossa capacidade de equilibrar tradição e inovação, crescimento econômico e sustentabilidade ambiental. Temos todos os recursos naturais necessários; o desafio está em desenvolver modelos de negócio e políticas públicas que garantam a competitividade e a inclusão social.”
Desafios a Superar
Para alcançar seu pleno potencial, o setor precisará superar desafios estruturais importantes:
Infraestrutura e Logística
Investimentos em portos pesqueiros, estradas, energia e comunicação são fundamentais para reduzir custos e aumentar a competitividade. Projetos como o Porto Pesqueiro de Belém e a modernização do terminal de Outeiro estão previstos para os próximos anos.
Capacitação e Inovação
A formação de mão de obra qualificada e o desenvolvimento de pesquisas aplicadas são essenciais. A criação do Centro de Tecnologia e Inovação em Pescados da Amazônia, previsto para 2024, deverá impulsionar este processo.

A indústria de pescados e mariscos no Pará está em um momento decisivo de sua história. Com o equilíbrio adequado entre políticas públicas, investimentos privados, inovação tecnológica e práticas sustentáveis, o setor tem o potencial de se tornar um modelo de desenvolvimento econômico inclusivo e ambientalmente responsável, beneficiando não apenas a economia regional, mas contribuindo para a segurança alimentar global e a preservação da biodiversidade amazônica.
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