Paulo Chaves Fernandes: O Arquiteto da Transformação Urbana de Belém do Pará

Resumo Executivo

 

Paulo Chaves Fernandes (1945-2021) foi uma figura monumental na arquitetura e no urbanismo brasileiros, com um impacto particularmente profundo na paisagem urbana e no patrimônio cultural de Belém do Pará. Sua influência derivou de uma extensa e estratégica atuação na administração pública, notadamente como Secretário de Cultura do Estado do Pará por mais de duas décadas e, anteriormente, como Secretário Municipal. Por meio desses cargos, ele concebeu e implementou inúmeros projetos de revitalização e criação de espaços públicos que redefiniram a identidade da cidade.

A obra de Paulo Chaves Fernandes é marcada por uma filosofia arquitetônica funcionalista, com raízes na escola Bauhaus, mas adaptada de forma singular ao contexto amazônico. Ele foi o principal responsável por converter “quase-ruínas” históricas em vibrantes centros culturais e espaços de convivência pública, deixando um legado incontestável para Belém. É fundamental ressaltar que este relatório se concentra exclusivamente em Paulo Chaves Fernandes, o arquiteto paraense, distinguindo-o de outro profissional contemporâneo com o mesmo nome, cujos trabalhos e biografia não se relacionam com Belém do Pará.

1. Introdução

Este relatório tem como objetivo apresentar uma análise abrangente da vida e obra de Paulo Chaves Fernandes, um arquiteto e urbanista cuja trajetória profissional se entrelaça intrinsecamente com o desenvolvimento e a revitalização de Belém do Pará. Sua atuação na interseção da prática arquitetônica e da política pública o posicionou como um agente de transformação urbana singular na região amazônica. A carreira de Fernandes foi caracterizada por décadas de serviço público dedicado, permitindo-lhe conceber e executar intervenções urbanas de grande escala que moldaram significativamente a capital paraense.

O escopo deste documento abrange seu perfil biográfico, formação acadêmica, trajetória profissional, filosofia arquitetônica, principais projetos, reconhecimentos e publicações, bem como o duradouro impacto de seu trabalho. Para garantir a precisão e a clareza das informações, é imperativo esclarecer a identidade do arquiteto em foco. Este relatório se dedica exclusivamente a Paulo Chaves Fernandes, nascido em Belém do Pará em 1945 e falecido em 2021.   

A necessidade de tal distinção surge da existência de material de pesquisa que se refere a outro arquiteto com o nome Paulo Chaves. Este outro profissional, nascido em Piumhi, Minas Gerais, formou-se em 2014 e estabeleceu sua prática privada em cidades de Minas Gerais, com um portfólio de 66 projetos em sua curta carreira. As características de sua biografia, como a data de formação e a localização de sua atuação, são claramente distintas das do Paulo Chaves associado a Belém. Portanto, para evitar qualquer confusão ou atribuição incorreta de obras e detalhes biográficos, o foco deste relatório é mantido estritamente no arquiteto Paulo Chaves Fernandes de Belém do Pará, cujas contribuições são o objeto central da presente investigação.   

2. Perfil Biográfico e Trajetória Profissional

Paulo Chaves Fernandes nasceu em Belém, Pará, em 1945, e faleceu em 17 de março de 2021, aos 75 anos de idade. Sua formação acadêmica em arquitetura ocorreu na Universidade Federal do Pará (UFPA). Embora uma fonte indique que ele fez parte da primeira turma de arquitetura da UFPA em 1964 , outras fontes mais consistentes e detalhadas, incluindo registros do IPHAN, afirmam que ele se formou em 1968. Sua formação, que se deu no início da década de 70, foi descrita como tecnologicamente orientada para o projeto arquitetônico.   

A trajetória profissional de Paulo Chaves Fernandes foi marcadamente influenciada por sua dedicação ao serviço público. No início de sua carreira, demonstrou um compromisso precoce com o desenvolvimento urbano e a preservação do patrimônio. Em 1985, atuou como Coordenador de Arquitetura e Urbanismo da Prefeitura de Belém, período em que foi o autor do projeto de requalificação do Complexo Ver-o-Peso, uma intervenção significativa na cidade. Posteriormente, ocupou o cargo de Secretário Municipal de Cultura de Belém, de 1983 a 1986.  

Seu papel mais proeminente e de maior duração foi como Secretário de Estado de Cultura do Pará (SECULT). Ele serviu neste cargo durante as administrações dos governadores Almir Gabriel (1995-2003) e Simão Jatene (2003-2007 e 2011-2018, ou 2015-2019, conforme uma fonte). Essa atuação resultou em mais de 20 anos no cargo de Secretário de Cultura. Ele é notável por ter sido, possivelmente, o único Secretário de Estado no Brasil a permanecer em sua posição por dez anos ininterruptos. Sua filiação ao partido PSDB contextualiza o apoio administrativo que recebeu para suas iniciativas. Além de suas grandes obras, ele também foi responsável pelo projeto de restauração da Casa de Goeldi, que ainda aguarda patrocínio para ser concretizado.  

A longa e contínua permanência de Paulo Chaves Fernandes em cargos-chave na administração pública, especialmente como Secretário de Cultura, é um aspecto fundamental de sua capacidade de moldar a arquitetura e o urbanismo de Belém. Essa influência política e administrativa sustentada, que se estendeu por mais de duas décadas, permitiu-lhe não apenas conceber, mas também levar a cabo projetos urbanos transformadores de grande escala que seriam inviáveis para um arquiteto atuando exclusivamente na esfera privada. A capacidade de “redesenhar a paisagem urbana de Belém” e de converter “quase-ruínas em espaços públicos admirados” foi uma consequência direta de sua posição estratégica, que lhe conferiu os recursos, a vontade política e a capacidade de planejamento de longo prazo necessários. Isso demonstra que sua visão arquitetônica estava profundamente ligada à governança urbana e às políticas públicas, fazendo dele uma figura ímpar que impactou a cidade não apenas através do design, mas também por meio de uma ação administrativa estratégica e consistente.  

Paulo Chaves Fernandes faleceu em 17 de março de 2021, em Belém do Pará. Ele esteve internado por 37 dias devido a problemas cardíacos, incluindo um infarto e duas paradas cardíacas, culminando em uma embolia pulmonar. Ele também sofria de doença de Parkinson.  

3. Filosofia Arquitetônica e Princípios de Design

A formação arquitetônica de Paulo Chaves Fernandes, ocorrida no início da década de 1970 na UFPA, foi orientada para o projeto arquitetônico com uma forte base tecnológica. Sua abordagem foi profundamente influenciada pela Bauhaus, a renomada escola alemã de Arquitetura e Desenho Industrial do início do século XX, conhecida por sua concepção pragmática e funcionalista.  

Os princípios centrais que nortearam seu trabalho incluíam:

  • Funcionalidade e Verdade Material: Fernandes acreditava que a função desempenhava um papel crucial no design, e que a forma deveria expressar a “verdade”. Isso implicava que a estrutura de um edifício deveria ser claramente identificável, e os materiais deveriam manter sua pureza. Sua máxima era: “o tijolo é o tijolo, o concreto é o concreto, o ferro é o ferro”, e esses elementos deveriam ser explícitos na obra.  

  • Design Racionalista: Sua formação o alinhou às tendências do design racionalista, que, em sua concepção inicial, se desprendiam de preocupações puramente estéticas ou históricas, priorizando uma expressão clara e funcional.  

  • Adaptação ao Ambiente: Embora firmemente enraizado no modernismo, sua abordagem também incorporava a ideia de adaptar o edifício à natureza, mais do que exclusivamente às necessidades humanas, uma característica observada em algumas de suas construções residenciais. Essa sensibilidade ambiental era particularmente relevante no contexto amazônico.  

As influências de Paulo Chaves Fernandes se estenderam ao modernismo do Sudeste do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro e São Paulo, onde obras pioneiras de arquitetos como Flávio de Carvalho, Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Affonso Reidy serviram como referência. Além disso, o corpo docente do curso de Arquitetura da UFPA incluía arquitetos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que trouxeram consigo influências do modernismo carioca, bem como das obras de Frank Lloyd Wright e Richard Neutra.  

Ele é descrito como um “arquiteto-flaneur” que “mergulhava fundo em cada projeto desenvolvido por ele e sua equipe à Belém do Grã Pará que tanto amava”. Essa descrição sugere um envolvimento profundo e quase íntimo com a história e a memória da cidade, com o objetivo de “devolver à cidade parte de sua herança perdida, e muitas vezes, enterrada”. Sua obra representou uma fusão desses princípios modernistas externos com o contexto específico de Belém e a visão de seus próprios projetistas.  

A filosofia arquitetônica de Paulo Chaves Fernandes representa uma notável síntese. Ele não se limitou a aplicar os preceitos modernistas importados, como os da Bauhaus ou do modernismo do Sudeste brasileiro, mas os adaptou ativamente ao “contexto específico de Belém” e ao ambiente amazônico. Essa adaptação, combinada com sua abordagem de “arquiteto-flaneur” que buscava resgatar o “patrimônio perdido”, demonstra uma compreensão crítica e matizada da aplicação do modernismo em uma região historicamente rica e climaticamente distinta. Sua ênfase na verdade material (“o tijolo é o tijolo”) aliada à adaptação contextual indica uma abordagem pragmática, mas profundamente respeitosa, à criação de lugares. Esse método permitiu-lhe conceber espaços que eram simultaneamente contemporâneos e intrinsecamente enraizados na identidade da cidade.   

4. Principais Obras e Intervenções Urbanas em Belém

Paulo Chaves Fernandes foi o mentor e executor de uma série de projetos icônicos que transformaram profundamente o espaço urbano e o patrimônio cultural de Belém durante seus mandatos como Secretário. Essas obras frequentemente envolviam a revitalização de estruturas históricas e a criação de novos espaços públicos.

A consistência de seu trabalho em “revitalização” e “restauração” em múltiplos projetos de grande porte, como a Estação das Docas, o Complexo Feliz Lusitânia, o Espaço São José Liberto, o Parque da Residência, o Theatro da Paz e o Complexo Ver-o-Peso, aponta para uma abordagem estratégica deliberada. Em vez de focar primordialmente em novas construções em terrenos virgens, sua obra consistiu predominantemente em transformar áreas urbanas e estruturas históricas existentes, muitas vezes em estado de deterioração, em espaços públicos modernos, funcionais e esteticamente atraentes. Essa estratégia não apenas garantiu a preservação do rico patrimônio arquitetônico de Belém, mas também injetou nova vida em ativos urbanos subutilizados, integrando a história da cidade com suas necessidades contemporâneas. O sucesso desses espaços transformados, que se tornaram “espaços públicos admirados” e “complexos turísticos” , demonstra a eficácia dessa estratégia em gerar valor público e atividade econômica, consolidando-o como um mestre da regeneração urbana.  

Abaixo, uma análise detalhada de seus principais projetos:

  • Estação das Docas:

    • Descrição: Este complexo é um marco na orla de Belém, integrando gastronomia, cultura, moda e eventos ao longo de 500 metros do antigo porto. Com 32.000 metros quadrados, é dividido em três armazéns e um terminal de passageiros, oferecendo vistas para a Baía do Guajará e a Ilha das Onças. O projeto envolveu a restauração cuidadosa dos antigos armazéns portuários, que são exemplos da arquitetura inglesa em ferro do século XIX.  

    • Ano de Conclusão: Inaugurada em 13 de maio de 2000.  

    • Referências:  

  • Complexo Feliz Lusitânia:

    • Descrição: Um projeto de grande envergadura para a revitalização do centro histórico de Belém, iniciado em 1997, que visava combater a degradação urbana e patrimonial. O complexo engloba diversos marcos históricos, como a Igreja Santo Alexandre, o Forte do Presépio (ou Forte do Castelo, fundado em 1616) e a Casa das Onze Janelas. A Casa das Onze Janelas foi transformada em museu de arte moderna e contemporânea em 2002, como parte integrante deste projeto.  

    • Ano de Conclusão: Projeto elaborado por Paulo Chaves a partir de 1997. A transformação da Casa das Onze Janelas ocorreu em 2002.  

    • Referências:  

  • Espaço São José Liberto:

    • Descrição: Remodelado para abrigar setores criativos e culturais, incluindo patrimônio, expressões culturais, artes cênicas e dança. O espaço compreende a Capela São José, uma oficina de ourivesaria, a “Casa do Artesão”, o Museu de Gemas do Pará, o Anfiteatro Coliseu das Artes, o Memorial da Cela e o Jardim da Liberdade.  

    • Ano de Conclusão: Remodelado em 2002.  

    • Referências:  

  • Parque da Residência:

    • Descrição: Considerado uma das obras urbanas mais encantadoras da cidade e um ponto de encontro favorito dos belenenses. O projeto valorizou a área verde, as construções históricas e as estruturas de ferro remanescentes da antiga estrada de ferro Belém-Bragança. Antiga residência oficial dos governadores do estado (entre 1913 e o final da década de 1980), foi transformado em um espaço turístico-cultural. Inclui a Estação Gasômetro, um teatro com 400 lugares, e um anfiteatro ao ar livre.  

    • Ano de Conclusão: 1998.  

    • Referências:  

  • Mangal das Garças:

    • Descrição: Concebido como uma síntese do ambiente amazônico no coração da capital paraense, apresentando florestas de várzea, animais regionais e mais de trezentas espécies de árvores nativas. O complexo inclui um “Armazém do Tempo”.  

    • Ano de Conclusão: Inaugurado em 2005.  

    • Referências:  

  • Hangar Centro de Convenções da Amazônia:

    • Descrição: O maior centro de convenções da Amazônia e um dos maiores do Brasil, equipado com recursos tecnológicos para diversos tipos de eventos. Foi remodelado em 2007 a partir de um antigo hangar da Aeronáutica de 1950, mantendo suas características de grandes vãos livres e flexibilidade de uso.  

    • Ano de Conclusão: Inaugurado em 2007.  

    • Referências:  

  • Restauração do Theatro da Paz:

    • Descrição: Paulo Chaves liderou a restauração do centenário Theatro da Paz, um teatro de ópera em estilo neoclássico. Esta grande restauração foi concluída em 2002. O trabalho de restauração realizado entre 2001 e 2002 foi amplamente documentado no livro “Theatro da Paz” (Série Restauro), que ele co-organizou. Esta intervenção é distinta de restaurações anteriores, ocorridas entre 1971-1975 e em 1977.  

    • Ano de Conclusão: Reinaugurado em 2002.  

    • Referências:  

  • Requalificação do Complexo Ver-o-Peso:

    • Descrição: Um projeto significativo de requalificação para o Complexo Ver-o-Peso, que incluiu uma nova orla, reorganização da feira com padronização das coberturas das barracas e instalação de nova iluminação.  

    • Ano de Conclusão: Inaugurado em 1985.  

    • Referências:  

  • Projeto de Restauração da Casa de Goeldi:

    • Descrição: Paulo Chaves também contribuiu com o projeto de restauração do casarão conhecido como Casa de Goeldi, embora esta obra ainda esteja aguardando patrocínio para ser materializada.  

    • Referências:  

 

Tabela: Principais Projetos Arquitetônicos e Anos de Conclusão

 

Projeto Função Principal / Descrição Ano de Conclusão / Inauguração
Estação das Docas Complexo cultural, gastronômico e de eventos; revitalização de antigos armazéns portuários. 2000
Complexo Feliz Lusitânia Revitalização do centro histórico de Belém, incluindo Igreja Santo Alexandre, Forte do Presépio, Casa das Onze Janelas (museu). 1997 (início do projeto), 2002 (transformação da Casa das Onze Janelas)
Espaço São José Liberto Polo cultural e criativo, incluindo museu de gemas e oficinas artesanais. 2002
Parque da Residência Parque urbano e espaço cultural, antiga residência de governadores. 1998
Mangal das Garças Parque ecológico, síntese do ambiente amazônico. 2005
Hangar Centro de Convenções da Amazônia Maior centro de convenções da Amazônia, convertido de um antigo hangar. 2007
Restauração do Theatro da Paz Grande restauração do centenário teatro de ópera. 2002
Requalificação do Complexo Ver-o-Peso Reorganização e melhoria do histórico complexo de mercado. 1985

Esta tabela oferece uma visão clara e concisa dos principais projetos de Paulo Chaves Fernandes, apresentando seus nomes, funções primárias e anos de conclusão ou inauguração. A organização cronológica permite compreender a extensão de sua atuação ao longo de várias décadas, de 1985 a 2007, e a diversidade de suas intervenções. Ao consolidar essas informações, a tabela facilita a compreensão do vasto impacto que suas obras tiveram na infraestrutura pública e cultural de Belém.

 

5. Prêmios, Reconhecimentos e Publicações

 

O legado de Paulo Chaves Fernandes não se restringe apenas às suas obras arquitetônicas, mas também se estende ao reconhecimento por sua excelência profissional e à sua contribuição para a documentação e difusão cultural.

 

Prêmios Internacionais Recebidos

 

Paulo Chaves Fernandes recebeu importantes distinções internacionais ao longo de sua carreira:

  • Bienal de Sofia, Bulgária: Foi agraciado com uma medalha de ouro na Bienal de Sofia, na Bulgária. As informações disponíveis não especificam o ano exato em que este prêmio foi concedido.  

  • Prêmio “Vozes Emergentes na América Latina”: Ele foi o vencedor deste prêmio na Argentina, uma honraria destinada a arquitetos com até 40 anos de idade. Na ocasião, ele tinha 38 anos. Este reconhecimento foi crucial para fortalecer seu trabalho e projetar sua futura proeminência no cenário arquitetônico. O ano específico de recebimento deste prêmio também não é detalhado nas fontes.  

 

Publicações Autorais e Coautorias

 

A atuação de Paulo Chaves Fernandes como idealizador e coautor de publicações revela uma dimensão de seu trabalho que transcende o mero projeto arquitetônico, demonstrando seu compromisso com a memória e a cultura de Belém.

  • “Belém da Saudade: A Memória da Belém do Início do Século em Cartões-postais”: Paulo Chaves Fernandes foi o idealizador e autorizou a publicação deste livro significativo. Ele também é creditado como co-organizador e coautor, ao lado de Rosário Lima da Silva e Victorino Chermont de Miranda. Publicado pela SECULT em 1998, trata-se de uma obra de 273 páginas, ricamente ilustrada e com uma segunda edição revista e ampliada.  

  • “Theatro da Paz” (Série Restauro): Ele co-organizou este livro de 520 páginas com Rosário Lima, que documenta detalhadamente a restauração do Theatro da Paz, realizada entre 2001 e 2002. A publicação foi reconhecida com o 56º Prêmio Jabuti, uma das mais prestigiadas premiações literárias brasileiras, na categoria “Artes e Fotografia”, conquistando o terceiro lugar.  

  • Entrevistas: Sua experiência e visão foram destacadas em uma entrevista para a Revista PROJETO, publicada em 1º de março de 2005, onde abordou sua atuação como Secretário de Cultura.  

A conquista do Prêmio Jabuti pelo livro “Theatro da Paz” e sua participação na idealização de “Belém da Saudade” evidenciam uma faceta de seu trabalho que vai além do design e do planejamento urbano. Essas publicações demonstram seu engajamento em documentar, interpretar e difundir as narrativas culturais e históricas de Belém. Isso indica que ele se via não apenas como um construtor ou restaurador, mas como um guardião cultural e um historiador, contribuindo ativamente para a memória coletiva e a identidade da cidade que ajudou a remodelar. Essa contribuição intelectual reforça a profundidade de seu envolvimento com o patrimônio de Belém.

 

Prêmios Nomeados em Sua Homenagem (Reconhecimento Póstumo)

 

O impacto duradouro de Paulo Chaves Fernandes é reconhecido postumamente através de um prêmio que leva seu nome:

  • “Prêmio Paulo Chaves de Arquitetura e Design”: Lançado em 2024 pela UNAMA (Universidade da Amazônia) em parceria com o Grupo Marmobraz, este prêmio homenageia o arquiteto e urbanista falecido em 2021. Seu objetivo é reconhecer profissionais, empresas e projetos que se destacaram no campo da arquitetura e design no estado do Pará. O prêmio é direcionado a arquitetos e designers já formados, não a estudantes, e contempla dez categorias, incluindo Interiores, Residencial, Paisagismo, Comercial, Sustentável, Tecnológico, Fachada, Revelação, Hospitalar e Restauro.  

 

6. Legado e Impacto na Paisagem Urbana e no Patrimônio Cultural de Belém

 

Paulo Chaves Fernandes é amplamente reconhecido por seu impacto transformador no espaço urbano e nas construções históricas de Belém. Ele foi uma das figuras centrais responsáveis por “redesenhar a paisagem urbana de Belém” durante as gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene. Sua obra converteu “quase-ruínas em espaços públicos admirados no Brasil e no exterior” , contribuindo para que Belém “revivesse seus tempos de opulência”. Isso inclui seu trabalho inicial no Complexo Ver-o-Peso, que representou um passo significativo na requalificação urbana da cidade.  

Seu “incontestável legado” para Belém está intrinsecamente ligado à preservação, revitalização e criação de importantes espaços arquitetônicos de uso público. Projetos como a Estação das Docas, o Complexo Feliz Lusitânia, o Espaço São José Liberto, o Mangal das Garças, o Parque da Residência e a restauração do Theatro da Paz são testemunhos de seu compromisso. Ele é creditado por “devolver à cidade parte de sua herança perdida, e muitas vezes, enterrada”.  

Além das estruturas físicas, seus mandatos como Secretário de Cultura também foram marcados pela criação de importantes instituições culturais. A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz foi fundada em 1996, e o Festival de Ópera do Theatro da Paz em 2002, ambos sob sua liderança e com seu primo Gilberto Chaves na direção. Ele também apoiou a Feira Pan-Amazônica do Livro.  

Ele é descrito como um “gênio” cuja obra deixou “o melhor conjunto arquitetônico de obras públicas desse Estado”. O conceito de “arquiteto-flaneur” sugere uma conexão profunda e quase pessoal com a história da cidade e uma capacidade intuitiva de desvendar e re-apresentar seu passado em projetos contemporâneos. Embora as fontes mencionem “legado e polêmicas” , a natureza específica dessas controvérsias não é detalhada no material fornecido.  

O legado de Paulo Chaves Fernandes transcende as edificações individuais, estendendo-se à própria identidade de Belém. Seus projetos não se limitaram a estruturas físicas, mas visaram restabelecer um senso de orgulho cívico, vitalidade econômica (por meio do turismo e de eventos culturais) e uma conexão com a “opulência” histórica da cidade. A criação de instituições culturais, como a orquestra sinfônica e o festival de ópera, durante sua gestão , demonstra uma visão holística em que a arquitetura serve de palco para uma vida cultural vibrante, que, por sua vez, reforça a identidade amazônica única da cidade. Sua obra utilizou a arquitetura como uma ferramenta eficaz para a regeneração urbana e a afirmação cultural, resultando em um impacto que é simultaneamente arquitetônico, sociocultural e econômico.  

 

7. Conclusão

 

Paulo Chaves Fernandes emerge como uma figura central e transformadora na arquitetura brasileira, com uma influência particularmente notável na região amazônica. Sua carreira, marcada por décadas de serviço público dedicado, permitiu-lhe reconfigurar Belém do Pará em uma cidade que, de forma proeminente, exibe seu rico patrimônio histórico enquanto abraça a modernidade.

Sua filosofia funcionalista, aliada a um profundo respeito pelo contexto local e pela história, resultou em um corpo de trabalho distintivo que revitalizou espaços urbanos e instituições culturais cruciais. Projetos como a Estação das Docas, o Complexo Feliz Lusitânia e a restauração do Theatro da Paz permanecem como testemunhos duradouros de sua visão e capacidade de execução.

O legado de Paulo Chaves Fernandes é multifacetado, estendendo-se para além do design e da construção. Suas contribuições para a gestão cultural e a documentação histórica, evidenciadas por suas publicações e pelas iniciativas culturais fomentadas sob sua liderança, sublinham a amplitude de seu impacto. O estabelecimento do “Prêmio Paulo Chaves de Arquitetura e Design” em sua homenagem reforça sua influência duradoura e seu status como um referencial de excelência arquitetônica na região.

Embora o material disponível mencione a existência de “polêmicas” , sem detalhá-las, o impacto geral de sua obra é consistentemente descrito como um “legado incontestável”. Isso solidifica seu lugar proeminente na história da arquitetura brasileira como o arquiteto da transformação urbana de Belém.  

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