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Este artigo resume, de forma clara e baseada em evidências, o que a ciência encontrou até agora sobre os efeitos das seguintes plantas no contexto do câncer: Folha de Graviola, Unha de Gato, Garra do Diabo, Gauçatonga, Uxí Amarelo, Ipê Roxo, Sucupira e “Pacová”. A ideia é ajudar você a entender onde há sinais promissores, onde faltam estudos e quais cuidados de segurança são essenciais — principalmente para quem está em tratamento oncológico.
Importante: este conteúdo é informativo e não substitui orientação médica. Nunca suspenda nem troque tratamentos prescritos pelo seu oncologista.
Como interpretar as evidências
- Estudos in vitro: feitos em células no laboratório. Servem para levantar hipóteses, mas não provam eficácia em seres humanos.
- Estudos em animais: dão pistas sobre segurança e mecanismos, mas ainda não garantem benefício clínico.
- Ensaios clínicos em humanos: são o padrão-ouro para avaliar eficácia e segurança reais.
- Interações e segurança: mesmo produtos “naturais” podem interagir com quimioterapia, anticoagulantes e outros remédios.
Resumo rápido (em linguagem direta)
- Folha de Graviola (Annona muricata): efeitos anticâncer observados em laboratório; sem provas de eficácia em humanos. Relatos de possível neurotoxicidade com uso prolongado. Usar com cautela.
- Unha de Gato (Uncaria tomentosa): alguns estudos pequenos sugerem melhora de fadiga/qualidade de vida durante quimioterapia; não há evidência de redução tumoral. Atenção a interações e efeitos imunomoduladores.
- Garra do Diabo (Harpagophytum procumbens): anti-inflamatória e analgésica (ex.: dor em osteoartrite). Não há evidência de ação anticâncer. Pode irritar o trato gastrointestinal e interagir com anticoagulantes.
- Gauçatonga (Casearia sylvestris): dados laboratoriais e etnobotânicos; ausência de ensaios clínicos robustos em câncer. Evidência insuficiente.
- Uxí Amarelo (Endopleura uchi): uso tradicional; faltam estudos clínicos de qualidade em oncologia. Evidência insuficiente.
- Ipê Roxo (Handroanthus impetiginosus, ex-Tabebuia): compostos citotóxicos in vitro (ex.: lapachol/naftoquinonas); sem comprovação clínica e com potenciais riscos (sangramento, gastrintestinais).
- Sucupira (geralmente Pterodon emarginatus ou Bowdichia spp.): mais conhecida por propriedades anti-inflamatórias/analgésicas; evidência anticâncer limitada e pré-clínica.
- “Pacová”: nome popular que pode se referir a espécies diferentes. Precisamos do nome científico para avaliar (ex.: Philodendron martianum, Hedychium coronarium etc.).
Folha de Graviola (Annona muricata)
- O que é: planta tropical cujas folhas e frutos são usados na medicina tradicional.
- O que a ciência encontrou:
- Em células e modelos animais, acetogeninas e outros compostos mostram atividade citotóxica contra linhas tumorais.
- Não há ensaios clínicos controlados demonstrando benefício em pacientes com câncer (sobrevida, redução tumoral, controle de doença).
- Segurança e interações:
- Preocupação com neurotoxicidade associada a annonacinas em uso crônico/altas doses (relatos epidemiológicos de parkinsonismo atípico em populações com alto consumo).
- Pode interagir com medicamentos metabolizados por CYP450 e com terapias oncológicas.
- Veredito: sem evidência clínica de eficácia; riscos potenciais justificam cautela rigorosa.

Unha de Gato (Uncaria tomentosa)
- O que é: trepadeira amazônica com alcaloides oxindólicos e polifenóis.
- O que a ciência encontrou:
- Ensaios pequenos sugerem melhoria de sintomas (ex.: fadiga) e parâmetros hematológicos durante quimioterapia, mas sem comprovação de efeito antitumoral direto.
- Mecanismos possíveis: modulação imunológica e atividade antioxidante.
- Segurança e interações:
- Potencial imunomodulador; cautela em doenças autoimunes, pós-transplante, uso de imunossupressores e anticoagulantes.
- Veredito: pode auxiliar sintomas em alguns contextos, mas não substitui tratamento; faltam estudos maiores e de qualidade.

Garra do Diabo (Harpagophytum procumbens)
- O que é: raiz africana, tradicionalmente usada para dor e inflamação.
- O que a ciência encontrou:
- Evidência razoável para dor musculoesquelética; não há dados de eficácia em câncer.
- Segurança e interações:
- Pode causar desconforto gastrointestinal; atenção com anticoagulantes/antiagregantes e antiácidos/inibidores de bomba.
- Veredito: útil para dor osteoarticular; sem evidência oncológica.

Gauçatonga (Casearia sylvestris)
- O que é: nativa da América do Sul, utilizada popularmente para gastrite/feridas.
- O que a ciência encontrou:
- Estudos laboratoriais indicam efeitos anti-inflamatórios/antioxidantes e alguns sinais citotóxicos.
- Faltam ensaios clínicos em câncer.
- Segurança:
- Perfil de segurança clínica pouco documentado em longo prazo e altas doses.
- Veredito: evidência insuficiente para câncer.

Uxí Amarelo (Endopleura uchi)
- O que é: casca usada na medicina tradicional amazônica (miomas, processos inflamatórios).
- O que a ciência encontrou:
- Evidências científicas em câncer são escassas e preliminares.
- Segurança:
- Possíveis efeitos hormonais e interações são pouco estudados; evite uso sem orientação, especialmente com hormonioterapia.
- Veredito: faltam dados clínicos; não recomendado como terapia oncológica.

Ipê Roxo (Handroanthus impetiginosus)
- O que é: árvore conhecida por compostos como lapachol e beta-lapachona.
- O que a ciência encontrou:
- Atividade citotóxica in vitro; sem benefícios comprovados em humanos.
- Segurança e interações:
- Risco de sangramento, náuseas, vômitos e interações com anticoagulantes/antiagregantes.
- Veredito: sem comprovação clínica e com riscos relevantes.

Sucupira (Pterodon emarginatus/Bowdichia spp.)
- O que é: semente/óleo usados para dor e inflamação nas tradições brasileiras.
- O que a ciência encontrou:
- Evidência anticâncer limitada a estudos pré-clínicos; clinicamente, é mais usada para dores articulares.
- Segurança:
- Dados limitados de longo prazo; prudência em uso concomitante com quimioterapia.
- Veredito: não há suporte clínico para uso em câncer.

“Pacová” — precisamos do nome científico
- “Pacová” pode designar espécies distintas (ex.: Philodendron martianum, Hedychium coronarium). Para avaliar evidências e segurança, informe o nome científico ou uma foto/descrição detalhada.
Boas práticas de segurança para quem está em tratamento oncológico
- Converse com seu oncologista e um farmacêutico clínico antes de iniciar qualquer planta/suplemento.
- Leve a lista completa de produtos (nome, dose, forma de preparo, frequência).
- Evite iniciar novas ervas nos 7–10 dias que antecedem quimioterapia, radioterapia, cirurgias ou procedimentos invasivos.
- Atenção redobrada com:
- Anticoagulantes/antiagregantes (varfarina, clopidogrel, DOACs), hormonioterapias, imunoterapias e drogas metabolizadas por CYP450.
- Doenças hepáticas, renais, neurológicas e autoimunes.
- Prefira produtos padronizados e de origem confiável; desconfie de promessas de “cura”.
- Ao notar efeitos adversos (tremores, tontura, sangramentos, confusão, náuseas intensas), suspenda e procure assistência.
Conclusão
- A maior parte das evidências para as plantas citadas é pré-clínica (laboratório/animais). Até o momento, não há comprovação consistente de que elas tratem ou reduzam tumores em humanos.
- Algumas podem ajudar em sintomas (ex.: dor, fadiga), mas isso deve ser avaliado caso a caso e sempre em conjunto com a equipe de saúde.
- Riscos e interações medicamentosas são reais — especialmente com graviola, ipê roxo e plantas com ação imunológica ou efeito sobre coagulação.
- Priorize terapias validadas, use fitoterápicos apenas como complementares e sob supervisão profissional.
Abaixo está um resumo objetivo do que a ciência de boa qualidade mostra até agora. Onde há bons resumos clínicos, cito fontes diretas.
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Folha de Graviola (Annona muricata)
- Evidência: muitos estudos de laboratório e alguns em animais com atividade anticâncer; faltam ensaios clínicos em humanos demonstrando benefício oncológico.
- Riscos/alertas: preocupação com possível neurotoxicidade (acetogeninas), além de potencial para baixar pressão e glicemia e interferir em exames de imagem.
- Referências: MSK – Graviola; revisão 2022 com foco anticâncer em modelos pré-clínicos PMC; segurança/tolerabilidade (revisão sistemática) PubMed.
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Unha de Gato (Uncaria tomentosa)
- Evidência: estudos pequenos sugerem redução de neutropenia e estresse oxidativo como adjuvante da quimioterapia em câncer de mama; não há evidência de encolhimento tumoral ou aumento de sobrevida.
- Riscos/alertas: possíveis interações (anticoagulantes, antirretrovirais, fármacos metabolizados por CYP/UGT); há dado pré-clínico de estimulação de células leucêmicas pediátricas por certo extrato — usar com cautela em hemopatias.
- Referências: MSK – Cat’s Claw; ensaio clínico em mama (redução de neutropenia) PMC.
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Garra do Diabo (Harpagophytum procumbens)
- Evidência: principalmente analgésico/anti-inflamatório para osteoartrite; não há evidência de benefício oncológico.
- Riscos/alertas: desconforto gastrointestinal; possível interação com anticoagulantes/antiagregantes.
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Guaçatonga (Casearia sylvestris)
- Evidência: compostos (p.ex., casearinas) com citotoxicidade in vitro e efeitos anti-inflamatórios; faltam estudos clínicos em câncer.
- Riscos/alertas: dados clínicos de segurança limitados; evitar na gestação por precaução.
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Uxí Amarelo (Endopleura uchi)
- Evidência: uso etnomedicinal ginecológico; composto bergenina com atividades anti-inflamatórias e alguns sinais pré-clínicos; não há ensaios clínicos oncológicos.
- Riscos/alertas: perfil de segurança humano pouco definido; cuidado com automedicação prolongada.
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Ipê Roxo / Pau d’Arco (Handroanthus/Tabebuia impetiginosa)
- Evidência: lapachol e β-lapachona mostram citotoxicidade; lapachol teve experiências clínicas antigas com toxicidade e sem eficácia convincente; β‑lapachona foi estudada como fármaco, mas não há indicação aprovada.
- Riscos/alertas: irritação gastrointestinal, possível sangramento, hepatotoxicidade em doses altas; potenciais interações com anticoagulantes.
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Sucupira (atenção à espécie exata)
- Evidência: mais usada para dor/inflamação; há atividades antitumorais in vitro (p.ex., vouacapanos), sem estudos clínicos.
- Riscos/alertas: dados de segurança humana são escassos; possíveis efeitos hepáticos em altas doses.
- Observação: “sucupira branca” costuma ser Pterodon emarginatus; “sucupira preta”, Bowdichia virgilioides. Qual delas você quer que eu priorize?
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Pacová (nome comum ambíguo)
- Pode referir-se a espécies ornamentais como Philodendron martianum (sem uso oncológico) ou a outras (p.ex., Renealmia spp., Zingiberaceae) em uso tradicional.
- Para eu buscar com precisão científica, preciso do nome científico que você tem em mente.
Reforços importantes
- Até o momento, para quase todas as plantas acima, a evidência positiva é predominantemente pré-clínica. Não substituem tratamentos oncológicos convencionais.
- Interações medicamentosas são relevantes (pressão, glicemia, anticoagulação, metabolismo hepático). Se você já estiver em quimio, hormonioterapia ou alvo-dirigida, avise para eu checar interações específicas.
Nota rápida: você mencionou “cinco ervas”, mas listou oito. Abaixo faço a revisão de todas elas. Se quiser que eu foque só em algumas, diga quais.
Sumário executivo (em linguagem direta)
- Não há comprovação de eficácia antitumoral em humanos para nenhuma dessas plantas. A maioria das evidências é de laboratório (células) e animais.
- Unha‑de‑gato tem pequenos estudos clínicos sugerindo possível melhora de qualidade de vida e fadiga em câncer avançado, mas sem encolhimento de tumor.
- Graviola tem muitos estudos in vitro, porém sem ensaios clínicos; há preocupações de segurança neurológica com uso crônico e possíveis interações.
- Ipê‑roxo contém naftoquinonas (lapachol/β‑lapachona) com efeitos citotóxicos in vitro; o chá/“suplementos” não mostraram benefício clínico e podem causar sangramento/toxicidade.
- Garra‑do‑diabo é anti-inflamatória para dores articulares, mas não tem evidência clínica anticâncer.
- Gauçatonga, uxi‑amarelo e sucupira têm dados preliminares (in vitro/animais) sem ensaios em humanos.
- “Pacová” é nome comum de várias espécies; preciso do nome científico para avaliar. Em geral, não há evidência oncológica.
Sempre converse com seu oncologista antes de usar qualquer planta, principalmente durante quimio, radio ou imunoterapia (risco de interações, sangramento, alteração de eficácia e exames).
1) Folha de graviola (Annona muricata, “soursop/guanábana”)
O que se sabe
- Compostos ativos: acetogeninas anonáceas (p.ex., annonacina), alcaloides, polifenóis.
- Mecanismos propostos (pré‑clínicos): inibição do complexo I mitocondrial/produção de ATP em células tumorais; apoptose; modulação de NF‑κB, HIF‑1α, EGFR; efeitos antimetabólicos.
Evidência
- In vitro/animais: atividade contra linhagens de mama, pâncreas, cólon, pulmão, próstata, fígado e pele; alguns modelos murinos com redução de crescimento tumoral.
- Humanos: não há ensaios clínicos mostrando benefício antitumoral.
Fontes:
- Revisão e monografia clínica do MSK (“About Herbs”) destacam ausência de dados em humanos e alertas de segurança MSK – Graviola.
- Revisão resumida para oncologistas com mesmos alertas The ASCO Post – Graviola.
- Revisão acadêmica recente sobre atividade anticâncer e preocupações com neurotoxicidade das acetogeninas (annonacina) MDPI Cancers – Review.
Segurança e interações
- Risco potencial de neurotoxicidade com consumo crônico de produtos de Annonaceae (síndromes parkinsonianas atípicas descritas no Caribe; ver fontes acima).
- Pode reduzir pressão arterial e glicemia (potencial somatório com anti‑hipertensivos/antidiabéticos).
- Pode interferir em exames de medicina nuclear (biodistribuição de radiofármacos).
- Sem dose “segura” estabelecida para fins oncológicos.
Conclusão
- Não usar como “tratamento” de câncer. Há risco/benefício desfavorável e interações potenciais.
2) Unha‑de‑gato (Uncaria tomentosa)
O que se sabe
- Compostos: alcaloides oxindólicos (pentacíclicos/POA e tetracíclicos/TOA), polifenóis, triterpenos.
- Mecanismos propostos: imunomodulação (aumento de fagocitose, células T auxiliares), modulação de NF‑κB, possível proteção contra dano ao DNA em modelos.
Evidência
- In vitro: citotoxicidade seletiva em algumas linhagens (varia conforme extrato/composição; POA geralmente mais ativo).
- Clínico (não antitumoral, e sim sintomático):
- Estudo fase II em tumores sólidos avançados: melhora de qualidade de vida e fadiga; nenhum encolhimento tumoral; bem tolerada na maioria dos pacientes ASCO abstract NCT02045719 e artigo em jornal de MTC PubMed.
- Monografia do MSK reforça dados limitados e potenciais interações MSK – Cat’s Claw.
- Revisão sistemática recente (in vitro) reforça variabilidade por método de extração/composição Frontiers 2025 – PMC.
Segurança e interações
- Efeitos GI (náusea, diarreia). Relatos raros: insuficiência renal (lúpus), piora de parkinsonismo.
- Pode aumentar risco de sangramento com anticoagulantes/antiagregantes; alterar níveis de fármacos via CYP3A4/2J2/UGT; interagir com antirretrovirais (relatos) — ver MSK.
Conclusão
- Pode ser considerada para suporte sintomático (fadiga/qualidade de vida) em contexto paliativo, mas sem efeito comprovado de redução tumoral. Uso só com ciência do oncologista.
3) Garra‑do‑diabo (Harpagophytum procumbens)
O que se sabe
- Uso principal: anti‑inflamatório e analgésico em osteoartrite/dor lombar (alguns estudos clínicos).
- Anticâncer: não há evidência clínica; apenas dados pré‑clínicos dispersos.
Segurança e interações
- Pode irritar TGI, causar úlceras/sangramento; relatos de pancreatite; potenciais interações com várias enzimas CYP e P‑gp (relevância clínica incerta).
- Fonte: MSK – Devil’s Claw.
Conclusão
- Não há base para uso oncológico. Se usado para dor/inflamação, monitorar interações e GI.
4) Gauçatonga (Casearia sylvestris)
O que se sabe
- Compostos: diterpenos/clorodanos e lignanas (p.ex., “casearinas”) com citotoxicidade in vitro.
- Evidência: estudos de laboratório e alguns modelos animais sugerem atividade antitumoral; não há ensaios clínicos.
- Segurança: dados clínicos de segurança limitados; qualidade e padronização dos extratos variam muito.
Conclusão
- Promissora como fonte de moléculas, mas sem evidência em humanos. Não usar com finalidade antitumoral.
5) Uxi‑amarelo (Endopleura uchi)
O que se sabe
- Tradicionalmente usado para condições ginecológicas/inflamatórias; principal composto relatado: bergenina.
- Evidência anticâncer: inexistente em humanos; dados in vitro/animais são escassos e não conclusivos.
- Segurança: poucos dados; atenção a uso concomitante com terapias oncológicas pelo risco de interações desconhecidas.
Conclusão
- Sem base para uso em câncer.
6) Ipê‑roxo (Handroanthus impetiginosus; sin. Tabebuia avellanedae; “pau d’arco/lapacho”)
O que se sabe
- Compostos: naftoquinonas (lapachol, β‑lapachona).
- Pré‑clínico: citotoxicidade ampla; β‑lapachona é bioativada por NQO1 (alvo estudado em fármacos experimentais).
- Clínico: lapachol em estudos antigos mostrou toxicidade (sangramento/efeitos GI) sem benefício consistente; derivados novos (p.ex., β‑lapachona/ARQ 761) foram estudados em fase inicial como fármacos, mas isso não valida chás/suplementos.
Segurança e interações
- Risco de sangramento (efeito tipo anticoagulante), náusea, vômitos; potencial hepatotoxicidade.
- Evitar com anticoagulantes/antiagregantes e em trombocitopenia (comum em quimio). Não usar durante quimio/radio sem liberação médica.
Conclusão
- Não recomendado para tratar câncer; risco supera benefício.
7) Sucupira (geralmente Pterodon emarginatus; às vezes Bowdichia spp.)
O que se sabe
- Compostos: diterpenos vouacapanos (em óleos de sementes/favas), com atividade anti‑inflamatória e analgésica; citotoxicidade in vitro em algumas linhagens.
- Evidência clínica oncológica: ausente.
Segurança e interações
- Dados humanos limitados; cuidado com potencial de sangramento/interações metabólicas desconhecidas durante quimio ou com anticoagulantes.
Conclusão
- Sem evidência para uso anticâncer. Se usado para dor/inflamação, alinhar com equipe médica.
8) Pacová (nome comum ambíguo)
“Pacová” pode se referir a espécies distintas (p.ex., Philodendron spp. ornamentais, Renealmia/Heliconia/Aniba, entre outros). As implicações para segurança e possíveis efeitos farmacológicos mudam totalmente com a espécie.
- Se puder, me diga o nome científico (gênero/espécie) ou mande foto/descrição da origem do produto para eu revisar com precisão.
- Em geral, não há evidência confiável de efeito anticâncer para plantas chamadas “pacová”. Algumas são ornamentais e não devem ser ingeridas.
Riscos e cuidados gerais
- Interações com tratamento do câncer:
- Metabolismo (CYP3A4/2C9/2D6, UGTs), transportadores (P‑gp) e coagulação podem ser afetados, alterando eficácia/toxicidade de quimio, hormonais, imunoterapia e anticoagulantes.
- Plantas com forte atividade antioxidante podem, teoricamente, interferir com quimio/radioterapia dependentes de espécies reativas (a evidência clínica é mista, mas a decisão deve ser individualizada).
- Qualidade de produto: suplementos não têm a mesma padronização de fármacos; há risco de adulteração, contaminação por metais/pesticidas e variação de dose/composição.
- Exames: graviola pode interferir em alguns exames de medicina nuclear.
Recomendações práticas
- Não substitua terapias oncológicas comprovadas por essas ervas.
- Se considerar uso para sintomas (dor, fadiga, qualidade de vida):
- Discuta com seu oncologista e farmacêutico clínico antes de iniciar.
- Evite começar novos fitoterápicos durante ciclos de quimioterapia/radioterapia sem liberação expressa.
- Evite ipê‑roxo e uso crônico de graviola, especialmente com histórico de sangramento, uso de anticoagulantes, ou sintomas neurológicos.
- Unha‑de‑gato pode ser discutida como adjuvante para qualidade de vida em contextos paliativos, mas com monitorização.
Referências selecionadas para aprofundar
- Graviola:
- Unha‑de‑gato:
- MSK – Cat’s Claw
- Estudo fase II (qualidade de vida): PubMed e ASCO abstract
- Revisão sistemática in vitro (2025): Frontiers/PMC
- Garra‑do‑diabo:




